Tic Toc

E ela estava lá. Sozinha. Naquela praça mal iluminada. O relógio da igreja no fim da rua batia. E ela escutava. Sem carros. Sem pessoas. Sem vento. Só o relógio da igreja. O chafariz havia parado. Nada se movia.  Mas o relógio da igreja ainda estava lá. E ela tremia. Com frio. Talvez medo. Nada que admitisse.

Olhava para os lados. Não. Ainda não. Esperou. Sombras a envolviam. O relógio da igreja batia. E então ela chorou. Dizia que não chorava. Mas chorou. Muito. E então parou. Rápido como começou. Enxugou os olhos. Pegou o casaco. Vestiu. Andou até o fim da rua. E desapareceu. Ninguém viu. Só as sombras. E o relógio da igreja ainda batia.

Deixe um comentário