Silent Scream

Não há palavras

Nem vozes ou pessoas.

Somente estas amarras apertadas em torno de meus pulsos

Fico parada

Sem saída além do abismo a minha frente

Sou atraída cada vez mais por aquela imensidão aterrorizante

De onde não se pode fugir

Sei que pularei, hora ou outra

Todos pulam

Alguns conseguem dormir, e deixam de ver o temível e sereno buraco

Mas ainda assim caem

O despertar, tão sonhado por alguns, é apenas real

Não há eufemismos, nem pequenas mentiras

É uma desesperante tortura

Que te deixa louco

Seu corpo não aguenta o peso

E o silêncio diz para pular

Ninguém é, apenas existe

Uma pilha nova não fará falta

Há milhares de outras celas ao lado

Nem um som

Coloco palavras no chão, quase escondidas sob o Medo

Esse é meu grito

Alguém o dia o ouvirá

Perdido num chão sujo, de uma cela pequena

Um último grito silencioso.