Pátria amada

Sou da pátria dos senhores,
escravos e da monarquia.
Do nosso açúcar mascavo
E da esperança de um país justo
Com liberdade e riquezas.
Sou da pátria revoltada
contra o seco esquecimento
e a opressão das máquinas
Sobre imigrantes e crianças,
Encontrando seu próprio espaço nesses anos loucos.
 Sou da pátria do tupi,
Dos caipiras e das mulatas
Das violas e cachaças
Que com Tarsila e Bandeira,
Enchem as ruas de cor e alegria.
Sou da pátria oprimida
Onde cada palavra é um tiro de canhão
Disparado contra a sociedade
Nessa prisão domiciliar,
De onde jorram cálices de sangue.
Porém, hoje, sou da pátria fútil
Onde palavras, liberdade, caipiras e revoltas
São apenas lembranças distantes
Onde toda nossa cultura é importada.
Sou da pátria abrasileirada.

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